Plano de Gestão de Dados de Pesquisa

Fonte: CARTILHA DE GESTÃO DE DADOS PARA PESQUISADORES (Sales e Sayão, 2019). Disponível em https://livroaberto.ibict.br/bitstream/123456789/1083/2/cartilha%20dados%20de%20pesquisa.pdf

A ideia do PGD é planejar como gerar/coletar dados de alta qualidade e sustentáveis ao longo do tempo. A estrutura do documento varia de acordo com o padrão adotado pela sua instituição e/ou pela agência de fomento que vai financiar o seu projeto. Eis algumas informações que podem constar num PGD:

-Questões éticas e legais
-Que dados serão gerados ou coletados
-Metadados e documentação sobre os dados
-Padrões de qualidade
-Técnicas/tecnologias de armazenamento e preservação
-Plano de compartilhamento
-Custos
-Papéis e responsabilidades
Assim, o PGD ajuda o seu projeto a se ajustar às políticas mandatórias dessas instituições e a implementar a gestão de dados de acordo com as necessidades e propósitos da pesquisa.
Ele é também um documento formal que explicita como os dados serão tratados durante o desenvolvimento do projeto e depois que ele finalizar. Portanto, o PGD é um documento “vivo”, que vai mudando junto com as necessidades do projeto e de seus
participantes.
Para ajudar você desenvolver o seu PGD existem ferramentas automatizadas e exemplos de templates na Web, como por exemplo a Data Management Platform tool (DMP tool aqui). Tutorial sobre DMP Tool feito pela UNESP aqui.

FAIR – findable, acessible, interoperable and reusable

Os Princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable) são atributos desenvolvidos e validados pela comunidade científica que possibilitam usar e citar os dados corretamente e podem ser traduzidos significam: achável, acessível, interoperavel, reutilizável. (AVENTURIER, 2017 em https://www.ufmg.br/periodicos/principios-fair-criterios-de-qualidade-para-dados-de-pesquisa/).

1) Achável – o objeto de dados precisa ser identificado e persistente.

2) Acessível –  são acessíveis através de protocolos bem definidos.

3) Interoperável – os dados são processados por máquina, os formatos de dados utilizam ontologias. Os dados dentro do objeto de dados devem ser sintaxicamente interpretados como semanticamente acessíveis por máquina.

4) Reutilizável – os dados devem ser bem descritos podendo ser integrados com outras fontes de dados.

O FairDataBR, da UFPB, traz um formulário dinâmico de avaliação de conjuntos de dados na perspectiva do FAIR:

Screenshot do formulário

E explica:

LOCALIZÁVEL (FINDABLE)
F1. Os (meta)dados são atribuídos a um identificador persistente, único e global.
F2. Os dados são descritos com metadados ricos.
F3. Os metadados incluem, de forma clara e explícita, o identificador dos dados que descrevem.
F4. Os (meta)dados são registrados ou indexados em um recurso pesquisável.

ACESSÍVEL (ACCESSIBLE)
A1. Os (meta)dados são recuperáveis por seu identificador, usando-se um protocolo de comunicação padronizado.
A1.1. O protocolo é aberto, gratuito e universalmente implementável.
A1.2. O protocolo possibilita um procedimento de autenticação e autorização, quando necessário
A2. Os metadados são acessíveis, mesmo quando os dados não estão mais disponíveis.

INTEROPERÁVEL (INTEROPERABLE)
I1. Os (meta)dados usam uma linguagem formal, acessível, compartilhada e amplamente aplicável para representar o conhecimento.
I2. Os (meta)dados usam vocabulários que seguem os Princípios FAIR.
I3. Os (meta)dados incluem referências qualificadas para outros (meta)dados.

REUTILIZÁVEL (REUSABLE)
R1. Os (meta)dados são ricamente descritos com uma pluralidade de atributos precisos e relevantes.
R1.1. Os (meta)dados são disponibilizados com uma licença de uso de dados clara e acessível.
R1.2. Os (meta)dados estão associados a uma proveniência detalhada.
R1.3. Os (meta)dados estão de acordo com padrões comunitários relevantes para o domínio.