Números cistercienses

Os numerais cistercienses, ou números cistercienses, compõem um sistema numérico, atualmente em desuso, que foi desenvolvido pela ordem monástica cisterciense no início do Século XIII, na época em que os numerais arábicos foram introduzidos no noroeste da Europa.

Os numerais cistercienses são mais compactos que os algarismos arábicos ou romanos, com um único caractere capaz de indicar qualquer número inteiro de 1 a 9.999. Os dígitos são baseados em uma pauta horizontal ou vertical, com a posição do dígito na pauta indicando seu valor de posição (unidades, dezenas, centenas ou milhares). Esses dígitos são compostos em uma única pauta para indicar números mais complexos. Apesar disso, eles não se destinavam a permitir operações aritméticas, mas apenas para anotações de referência.

Os cistercienses abandonaram o sistema em favor dos algarismos arábicos, mas o uso marginal fora dessa ordem monástica continuou até o início do Século XX. (WIKIPEDIA).

Tese de doutoramento (em 2013) de Renato Cardoso Corgosinho sobre “O LIVRO DOS USOS DA ORDEM DE CISTER: Edição e estudo paleográfico de um excerto com base em dois manuscritos portugueses do século XV” (Aqui O LIVRO DOS USOS DA ORDEM DE CISTER).

Archivo Nobiliarchico brasileiro. Organizado pelo barão de Vasconcellos (1918)

Estava tentando descobrir o nome correto de alguns nobres brasileiros do século 19 e acabei encontrando esse material tratado e disponibilizado pela Biblioteca Nacional. Site da Biblioteca Nacional Digital.

Brasil já estava independente, mas os portugueses não queriam esquecer os títulos: Archivo Nobiliarchico brasileiro. Organizado pelo barão de Vasconcellos (1918). Disponível (aqui).

Aceita busca full-text (o OCR não foi perfeito, mas suficiente).

Permitta Vossa Alteza Imperial que, ao dedicar este modesto trabalho
— ARCHIVO NOBILIARCHICO BRASILEIRO — sobre os titulares do 1.° e 2.° Reinados, nos sirvamos dos grandes feitos dos homens do passado, de um passado que ainda não vae longe, em que o nosso Paiz foi governado pelos gloriosos antepassados de Vossa Alteza Imperial, para com elles exemplificarmos as virtudes dos homens que fizeram a grandeza de
nossa Patria querida, servindo-a com essa dedicação tenaz e integra, que, infelizmente, tende a dissolver-se, no turbilhão demolidor dos ideaes modernos. Oxalá possa este trabalho, a que votamos boa dóse de paciência e a mais escrupulosa imparcialidade e verdade, servir de estimulo áquelles cuja fibra ainda é robustecida pela virilidade hereditaria, e também aos que, de ascendencia mais modesta, anceiam galgar a culminancia dos grandes. E á mocidade de nossa Patria, exhortaremos a que continue a ser digna
das gerações passadas, cuja grandeza moral rivalisou com as mais pujantes
do universo.
O Brasil foi grande pelos seus homens: esforcemo-nos para que o seja
sempre.
Aos moços cumpre, portanto, continuar com o ardor de seus corações
juvenis, ainda virgens do virus da épocha, a laboriosa construcção de uma Patria grande. Que não vejam ei», nestes titulares do Império, — os prévilegiados
do sangue, os aristocratas intransigentes, — elles o foram pelo valor,
pela bravura indómita nos campos de batalha, pelo proprio esforço nas
grándes conquistas do Saber e da Honra; edificaram com a espada, com a
penna e com a enxada, o nosso amado Brasil. São os mais dignos de serem
imitados.
Não foi uma casta o que o Império creou, mas sim a verdadeira Aristocracia
do Saber, da Virtude, da Bravura e da Honra, de que […] herdou o exemplo, e que a ella cumpre não deixar extinguir.
Collocamos este modesto trabalho sob a égide de Vossa alteza Imperial
como tributo de profunda veneração e grande admiração.
BARÃO DE VASCONCELLOS.
BARÃO SMITH DE VASCONCELLOS.

 

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Cursos e material sobre paleografia

Paleografia (do grego παλαιός, antigo e γραφήescrita) é o estudo de textos manuscritos antigos e medievais, independentemente da língua veicular do documento. Por extensão de sentido, a paleografia estuda a origem, a forma e a evolução da escrita, independentemente do tipo de suporte físico onde foi registrada, do material utilizado para proceder ao registo, do lugar onde foi utilizada, do povo que a utilizou e dos sinais gráficos que adotou para exprimir a linguagem. (WIKIPEDIA)

 

Cursos gringos gratuitos sem certificado

Paleografia é uma coisa muito situada na língua e no tempo. Saber ler manuscritos ingleses de determinada época não é garantia para ler qualquer tipo de manuscrito em “escrita ocidental”. Mas os dois cursos abaixo podem fornecer ideias, técnicas e familiarização com o tema.

English Handwriting Online 1500-1700

InScribe Palaeography and Manuscript Studies

Fontes:

AS NORMAS TÉCNICAS PARA TRANSCRIÇÃO E EDIÇÃO DE
DOCUMENTOS MANUSCRITOS E ALGUNS FATOS GRÁFICOS DA
HISTÓRIA DA ESCRITA NELAS NORMALIZADOS por Roberto Jorge Chaves Araújo

TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA DE DOCUMENTOS ECLESIÁSTICOS DO SÉCULO XVIII DO ARQUIVO HISTÓRICO DA CÚRIA METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE por Daniela Machado Teixeira

NOÇÕES DE PALEOGRAFIA E DIPLOMÁTICA (2008) por Ana Regina Berwanger e João Eurípedes Franklin Leal

NATIONAL MISSION FOR MANUSCRIPTS (ÍNDIA)

 

Outros cursos estrangeiros gratuitos ligados a história etc (sem certificado)

Data preservation

Designing Databases for Historical Research

Digital tools for historians